sexta-feira, 18 de novembro de 2016

BRINCADEIRA DE POLÍCIA E LADRÃO: O DISCURSO DO OPRESSOR E DO OPRIMIDO NA TELA DA REDE GLOBO

Confesso que não sei como adjetivar a ideia que o produtor do Programa da Fátima Bernardes levou ao ar na manhã de 17/11/2016.Qualquer profissional de saúde sabe que o atendimento em uma situação de emergência se dá de acordo com a gravidade do ferimento e não de acordo com a profissão do ferido, mas, a genioso produção do programa global, em uma clara intensão de induzir o seu telespectador, levou ao ar uma enquete que nos leva a entender que a intensão não era saber qual ferimento tratar primeiro (o leve ou o grave), mas sim, quem merecia mais atenção (o policial ou o traficante).

Comprova-se aqui a verdadeira intensão da mídia brasileira: no momento em que a violência cresce vertiginosamente, a velha brincadeira de polícia e ladrão é suscitada por uma rede de televisão de alcance nacional, como uma forma de transformar os valores antes cultivados pela sociedade e que ela, a mídia nacional, esforça-se para suplantar gradativamente.

As novelas acabaram com os valores cristãos da família, pois ensinaram que o filho não deve obediência aos pais, pois são dotados de direitos e deveres e cada personagem é criado propositalmente, dentro dos mais diversos temas sociais, para gradativamente introduzir na sociedade o modelo (ideal) global de conduta social.

Este modelo em que filhos disputam relações amorosas com pais e mães, conflitos familiares levados para a sociedade sob enfoques diversos, divórcio apresentado como modelo de liberdade pessoal, em fim, discursos que provocam uma verdadeira inversão de valores na sociedade, é a narrativa rotineira nos programas desta emissora. 

Não é de hoje a perseguição da rede globo com a categoria policial. O que nos deixa preocupados é a forma como esta perseguição vem sendo cada vez mais escancarada. Existe uma agitação social, porém ainda pequena, em torno de um pedido de intervenção militar, Então fica óbvio que esta emissora vai tratar de desconstruir a imagem de qualquer instituição que tenha cunho militar, e desta forma, a polícia militar, por todas as dificuldades que passa, torna-se alvo fácil nesta empreitada global.

Muitos puderam assistir à enquete que foi levada ao ar na rede de televisão aberta, porém, o que estes não tiveram a oportunidade de ver foi a face desconcertada dos jornalistas da globo news no programa "globo news em pauta", levado ao ar na noite anterior no canal fechado, onde apenas assinantes tem acesso. O referido programa fazia a cobertura dos protestos ocorridas no Rio de Janeiro, extremamente preocupados, talvez com a situação caótica que nossa sociedade está vivendo, especialmente a sociedade carioca, mas restava evidente um certo ar de preocupação, pelo despertar das massas, algo do tipo: "Nós não conseguimos mais segurar eles, o povo está acordando, como mantê-los alienados?".

Não é por acaso que nos dias atuais, em determinados tipos de protesto, os jornalistas desta emissora não utilizam mais microfones com a marca da empresa. O ódio social pela emissora cresce por que o povo já percebeu este tipo de manobra. Jornalistas são agredidos durante cobertura de protestos.

E nós, como somos afetados? Nossa sociedade, não acostumada à reflexão, pode assimilar, a brincadeira "pretensiosa" do  programa, não mais com a ideia romântica de antes (a polícia é a nossa proteção). 

Levando em consideração a onda de assaltos e roubos a transeuntes que nossa cidade vem enfrentado no dia a dia, sem que os autores sejam severamente responsabilizados, não demorará muito para que o Cascão sinta-se elogiado e não injuriado como na tirinha abaixo.



Infelizmente, nossos jovens estão querendo conquistar dinheiro sem muito sacrifício, e por isso, a vida do crime para muitos tem sido uma saída alternativa em meio ao desemprego e à crise financeira que assola o país. surubim, está tomada pelos assaltos do dia-a-dia, somos vítimas em potencial da criminalidade que chegou em nosso município e desafia as autoridades locais, com ações criminosas nunca antes imaginadas: à luz do dia, nos mais diversos horários, repetidas vezes.

Quando muito se consegue fazer, a polícia mau remunerada e desestimulada, com ações e compromisso profissional, apreende envolvidos que dentro de 15 dias estão de volta às ruas para fazer tudo novamente. O bandido (valorizado e protegido) encontra neste sistema, uma forma de estímulo para a vida que mantém, ao passo que o policial, apenas resta a certeza de que não fez mais do que sua obrigação, arriscando sua vida, para manter a paz social, em uma sociedade que gradativamente rejeita sua proteção, e prefere sim o bandido: repete-se a saga bíblica (sem querer canonizar a polícia) e o povo mais uma vez escolhe o "Barrabas"


                                         

       Fonte das imagens: blog xodó na cidade

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